É mais simples do que se pode imaginar e não passa somente pelos maus resultados de campo, tem a ver com a mudança radical que o plantel do Grêmio sofreu nos últimos 2 anos e isto importa diretamente na permanência ou não de Renato no comando técnico.

De 2018 a 2021 (e alguns meses de 2022), o poder no vestiário Gremista se dividia em três correntes: a direção era uma delas; Renato Portaluppi era outra e a terceira era um grupo de jogadores, ditos "cascudos", que exerciam enorme influência no plantel, no próprio treinador e também na direção.

Este terceiro grupo de poder, ao longo daquele período, influenciou quase tudo no Grêmio, inclusive apontando, pra não dizer exigindo, jogadores que deveriam ser contratados pelo clube. Do mesmo modo que protegeu a permanência do técnico, e "resistiu" à troca de Renato por Tiago Nunes e depois obstruiu o trabalho do próprio Felipão.

Renato começa a perder poder quando o plantel muda de cara, quando alguns dos líderes do "terceiro poder" - vamos chamar assim - vão embora ou deixam de exercer liderança técnica, ou se aposentam, ao mesmo tempo que o clube investe em atletas de fora, mais jovens na média, e principalmente com cultura futebolística diferente da nossa.

O perfil das lideranças do plantel neste momento é de atletas mais profissionais, que almejam mais do que a simples renovação de seus contratos, desejam ser vencedores, ganhar títulos e, sem a pressão do vestiário, a direção se sente liberada para buscar uma alternativa a Renato Portaluppi.

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340

Quinta-feira de olhares fixados na tabela de classificação do Brasileirão 2024, após o empate com o Juventude, na Arena, na noite de ontem, 20.

E eu insisto com o que venho dizendo em meus perfis nas redes sociais: o problema maior não é a tabela. O problema é o time, que não rende, não consegue sair jogando bem com zagueiros e volantes, para chegar no ataque com algum perigo, o que torna a transição ofensiva uma repetição de chutões pro campo do adversário, de forma aleatória, tentando usar a qualidade de nossas jogadores de ataque, afinal, lá (no ataque) podem estar atletas do porte de Braithwaite, Diego Costa, Cristaldo, Monsalve, Aravena e Soteldo.

Depois de rifada por nossos zagueiros, ou pelo goleiro, normalmente a bola fica com o time adversário, porque chega antes nela, e parte para cima do Tricolor de forma organizada, sem que os atletas do Grêmio consigam recuperar a bola, pois chegam atrasados, ou seja, falta intensidade para disputar a bola com o outro time. E o adversário cogitado aqui não é nenhum Barcelona ou Real Madrid, como vocês sabem.

Das estratégias e táticas do time para a transição defensiva não vou falar, pois elas não existem. Este é um retrato textual do que está acontecendo em jogos do Grêmio.

Então, não adianta focar na tabela, pois ela é um reflexo do que acontece dentro do campo e nele não está acontecendo nada, pelo menos de parte do Grêmio, a não ser por gols conquistados por jogadas de brilho individual, como o primeiro de ontem contra o Juventude, na tabela de Diego e Braith (foto), ou mesmo de forma casual, como o segundo, depois de uma falta cobrada desviar no zagueiro e tirar o goleiro do Juventude da jogada.

Ou seja, queridos leitores, teremos 4 filmes de terror para assistir nos próximos 17 dias, dois fora e dois na Arena, outrora palco da supremacia do Tricolor, ora transformado em local de conforto e protagonismo de Juventudes, Criciúmas e outros mais.

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340

Antes que os Renatistas me ataquem, pelo que vou dizer adiante, é bom lembrar que poucos fizeram a defesa do Renato Portaluppi nas redes sociais como me orgulho de ter feito, em outros tempos;

Entretanto, não posso me calar diante do que vejo dentro do campo e também fora dele, nas coletivas e no que recebo de informações de gente lá de dentro, pessoas com quem já trabalhei e que sinalizam um vestiário que já não canta somente a música que o treinador toca, se é que vocês me entendem!

E não faltam motivos para meu desgosto e da maioria da torcida Gremista, de acordo com o monitoramento isento e científico do software Romosy`, que aponta quase 70% de desaprovação do técnico do Grêmio, neste momento.

Foram duas desclassificações nas copas, ambas com escalações contestadas por quase todos; derrotas em todos os Gre-nais da temporada, quase todo o 1º turno do Brasileirão, e parte do segundo, na zona de rebaixamento e de onde ainda não nos afastamos definitivamente, ao contrário, vamos para um jogo contra o Juventude, que, em caso de derrota, nos joga na porta de entrada do Z4.

E o desgosto anda junto com a desesperança, pois não vemos um time ajustado para almejar vitórias, mesmo dentro de casa. O Grêmio tem deficiências defensivas sérias, tanto técnica (individualidades), quanto taticamente. As transições treinadas (ofensiva e defensiva), fato corriqueiro no futebol moderno, simplesmente não existem. É balão pro ataque e o Braithwaite, ou o Soteldo, que resolvam e os contra-ataques do adversário são defendidos de maneira aleatória, sem organização e estratégia.

Não gosto nem de lembrar o vexame contra o Palmeiras, que é o evento que lembra o que eu disse acima. Se não fosse Marche(foto) em noite inspirada, teríamos uma vergonha para carregar pelos próximos 50 anos.

O Grêmio não pode esperar as eleições de final de 2025, para corrigir problemas que podem levá-lo para a segunda divisão novamente. O ídolo Renato, de certa forma já reconheceu isto e a ele deve ser dado o descanso merecido, renovando a mentalidade do departamento de futebol, antes que seja tarde.

Ah, e treinador tem em casa, não precisa buscar fora.

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340

Após o jogo de ontem, Atlético MG 2x1 Grêmio, e por força de algumas postagens minhas no X - tradicional reduto do futebol e onde escrevo há 15 anos sobre Grêmio e invariavelmente me refiro à histórica reclamação do Tricolor em relação aos erros claros de arbitragem -, recebi uma mensagem de um seguidor, com link para uma matéria da Agencia Senado, que passo a expor.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas na última terça-feira 08/10, o empresário William Rogatto admitiu a manipulação de jogos de futebol no Brasil e disse que já ganhou aproximadamente R$ 300 milhões nesse esquema, que lucra com o rebaixamento de times.

O empresário declarou-se réu confesso e disse que já rebaixou 42 times de futebol, tendo atuado nas federações de futebol de todos os estados brasileiros, no Distrito Federal e em nove países, como a Colômbia. Ele afirmou ainda que “o esquema de manipulação dos jogos só perde para política e o tráfico de drogas, em termo de valores”.

Rogatto depôs nesta terça-feira, 08/10, por videoconferência à CPI. A comissão deverá ir na próxima semana a Portugal, onde está o empresário, que se colocou à disposição dos senadores para contar e exibir detalhes do “complexo sistema”, que inclui fotos, vídeos, negociações, gravações e conversas envolvendo a manipulação de jogos.

Investigado na Operação Fim de Jogo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal, Rogattto afirmou que o esquema de manipulação dos jogos existe há mais de 40 anos e que a “hipocrisia maior do mundo está em ter um clube de futebol hoje e ser patrocinado por uma casa de aposta”. 

— "O sistema é muito além disso, os grandes não vão cair nunca. Estamos falando de dentro da CBF, de dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora. A maior máfia está dentro das federações" — disse aos senadores.

— "Quando uma BET patrocina o seu clube, já abre um gatilho para que tudo aconteça, automaticamente o jogador se transforma em aposta, ele não recebe um salário alto e a BET vem e dá um suporte. Já operei com isto nos 27 estados e no Distrito Federal”, relatou.

Ao ser questionado pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) se o esquema de manipulação que comandava também contava com a participação de árbitros das confederações e da Fifa, Rogatto respondeu:

— "Tinha árbitros também, dos dois. Um árbitro hoje oficial ganha em torno de R$ 7 mil por jogo, eu pagava R$ 50 mil para ele, o árbitro ganha pouco, o gatilho do futebol está na máfia, que é a confederação, é a CBF, que tem recursos e não passa".

Depois de ler a matéria, fica muito difícil acreditar que o Grêmio não tenha sido, ou esteja sendo, vítima desta comprovada falcatrua de manipulação de resultados nos jogos, visto que o Tricolor sempre foi um dos mais verdadeiramente prejudicados pela máfia da manipulação, e não fez "choro de perdedor" como a grande mídia sempre quis passar.
Fonte: Agência Senado

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340

Não foram somente o bom resultado e o desempenho da equipe do Grêmio no jogo contra o Fortaleza que surpreenderam ontem. As entrevistas do auxiliar técnico Marcelo Salles, antes e após o jogo, foram lúcidas, didáticas e reveladoras de conhecimento tático estratégico muito apurado, fato com o qual não estamos acostumados a lidar no dia a dia do Grêmio.

A maneira simples e transparente de se comunicar e o detalhamento tático da sua fala bem articulada, certamente cativaram o torcedor gremista, como quando explicou a substituição de Cristaldo pelo menino Igor Serrote, justificada pelo movimento do técnico Juan Pablo Vojvoda, que colocou Pochettino em campo e que este fatalmente iria flutuar às costas de Cristaldo, causando problemas ao sistema defensivo Tricolor. E por isto a entrada do atleta (Igor) da Base, deslocando Edenilson para jogar no meio, de frente para Pochettino.

Além de inteligente, a iniciativa deu certo na prática, pois ampliou a segurança defensiva do time e Igor acrescentou no ataque também, levando perigo ao adversário, com seus cruzamentos sempre muito promissores.

Marcelo Salles é um fato novo na estrutura do departamento de futebol do Grêmio. É muito cedo para fardá-lo de próximo técnico do Tricolor, mas sem dúvida passa a ser uma interessante opção para 2025, ou pelo menos uma segurança de que teremos alguém na Comissão Técnica que possa substituir provisoriamente Renato Portaluppi, em caso de impossibilidade ou demissão deste último.

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340

Mais uma vez o rendimento da equipe do Grêmio foi insuficiente para vencer um jogo. Mesmo estando à frente no placar, por duas vezes, acabou cedendo o empate para a equipe do Bragantino, primeiro cometendo pênalti, repetindo o jogo passado (quando foram 2), e depois numa "jogada infantil" do reincidente Reinaldo, para usar as palavras do próprio técnico Renato Portaluppi, na coletiva pós Grêmio x Atlético MG.

O jogo contra o Bragantino era pra 3 pontos. Num conjunto de seis partidas, contra Flamengo, Botafogo, Fortaleza e o Gre-nal, Bragantino e Criciúma seriam as mais viáveis de vencer, mirando, é claro, os 45 pontos que nos remetem para 2025, sem passar pelo vexame de 2021.

O cenário de erros cometidos pelo time do Grêmio - e aqui se inclui a Comissão Técnica - nas duas desclassificações das copas e nos últimos jogos contrasta com a agenda de folgas recebidas pelos envolvidos na falta geral de rendimento da equipe. E nesta segunda-feira tem mais uma, tanto que o atleta Soteldo já ficou por São Paulo.

Resta saber quem vai tomar atitudes para mudar esse estado de coisas, se o técnico em relação ao time, ou se a direção em relação as folgas bonificatórias pelos resultados não alcançados.

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340

O Grêmio venceu o Athletico-PR por 2 a 0 na Ligga Arena, em Curitiba, na tarde do último domingo e conquistou a primeira vitória fora de casa no Campeonato. A vitória gremista foi construída na primeira etapa e mantida no segundo tempo de jogo. Gustavo Martins e Miguel Monsalve marcaram para o Tricolor. Com o resultado, o Grêmio chegou aos 21 pontos e está fora do Z4.

O primeiro gol surgiu de uma cobrança de falta de Edenílson, no canto do goleiro e Gustavo Martins aproveitou o rebote para abrir o placar para o Grêmio, aos 18min. O zagueiro gremista cabeceou duas vezes para marcar, pois o goleiro defendeu a primeira tentativa.

Aos 20 minutos, o Athletico-PR tentou sair jogando com Léo Linck. O estreante Monsalve apareceu novamente e aproveitou o erro do goleiro e, com o gol livre, marcou o segundo do Tricolor. Aos 31, Monsalve balançou as redes mais uma vez. O camisa 11 do Tricolor recebeu pelo meio, girou e soltou a bomba de fora da área, mas a arbitragem anulou o gol por falta em Gabriel, do Athletico-PR.

A segunda etapa foi de pressão do Athletico-PR e de resistência do Grêmio, que teve novas chances para marcar, mas o resultado permaneceu 2x0 para o Tricolor.

O Grêmio permanece em Curitiba, no Paraná, para o próximo duelo. Na quarta-feira, 07/08, o Tricolor recebe o Corinthians no Estádio Couto Pereira, às 21h30, pelo jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil.

Taddeu Vargas
Jornalista - MTE 15.340