A MÁFIA, NO SEU ESTADO MAIS GENUINO - PARTE 2
Quarta-feira, 16/10/2024, 16h10min - Foto: DivulgaçãoA máfia da manipulação dos jogos confirma algo ainda mais estarrecedor. Este esquema vem funcionado há mais de 40 anos... 40 anos sendo enganados por um sistema que fez do torcedor um artista de circo, com aquele nariz cuja cor não poderia ser diferente.
E a sucessão de escândalos não para. Até agora ninguém está preso e todos continuam tocando a vida e as manipulações como se nada estivesse acontecendo. Algo surreal este momento em que vivemos.
Os jogos estão sendo nítida e escancaradamente manipulados, com decisões simplesmente absurdas da arbitragem, bem como dos árbitros de vídeo, este que deveria resolver as dúvidas, mas que propositadamente mantém o erro, o que legitima o engodo praticado pelo juiz de campo.
Não há dúvidas de que, por mais que os clubes necessitem de recursos dos patrocínios para sobreviver, este valor não pode ser a qualquer custo e ainda sofrendo o rebote negativo das próprias decisões, quando aceita receber o dinheiro sujo e criminoso da manipulação que se volta contra o interesse do clube.
Quem está decidindo não é o campo, não é competência técnica ou a qualidade dos jogadores, mas a roleta da jogatina, que define com os cartolas e os homens de preto que ganha ou quem perde na competição. Uma vergonha.
Gladimir Chiele
Advogado e Jornalista
A MAFIA NO SEU ESTADO MAIS GENUINO
Segunda-feira, 14/10/2024, 22h10min - Foto: DivulgaçãoO escândalo protagonizado pelas casas de apostas, patrocinadoras do campeonato brasileiro de futebol, precisa gerar algum resultado útil para o futuro e para manter o mínimo de seriedade numa competição que envolve a quase totalidade da população.
O depoimento de um empresário sobre a manipulação dos resultados na CPI do Senado da República, por si só seria o suficiente para derrubar toda cúpula da CBF e boa parte dos dirigentes tradicionais, mas a situação é ainda mais grave.
A manipulação não se limitou a arbitragem, mas em fraudes e maracutaias que levaram nada menos do que 42 clubes para divisões inferiores, promovendo rebaixamentos para segundo, terceiro e quarto escalão do futebol nacional.
E as fraudes confessadas renderam aproximadamente R$ 300 milhões, cujos valores certamente foram fartamente distribuídos entre dirigentes e organizadores da competição.
Segundo o depoente, o crime envolveu todas as federações dos estados brasileiros, alegando que o “o esquema de manipulação só perde para política e o tráfico de drogas, em termo de valores”.
Trata-se de um deboche com os torcedores que levam a sério a sua paixão pelo futebol e suas equipes. Investem recursos na aquisição de ingressos, no quadro social, no material produzido e no consumo de todos os produtos gerados por cada clube.
O Senado tem a oportunidade de moralizar definitivamente essa bandalheira, ou cair na velha terminação de que em Brasília tudo acaba em ‘pizza’.
Gladimir Chiele
Advogado e Jornalista
VERGONHOSO ESCÂNDALO VEM À TONA NO FUTEBOL - PARTE 1
Sexta-feira, 11/10/2024, 14h10min - Foto: DivulgaçãoO desempenho da seleção brasileira em campo reflete não somente a desorganização do futebol brasileiro, mas principalmente a verdadeira bagunça em que está mergulhada a Confederação Brasileira de Futebol.
Não se trata apenas das questões gerenciais e administrativas, mas do envolvimento da CBF em atos de corrupção e na identificação de uma verdadeira organização criminosa que levou inclusive o presidente da entidade ao afastamento do cargo por vários meses.
Contudo, a situação tem se agravado cada vez mais. Após a entrada das casas de apostas patrocinando a confederação, os clubes que disputam o Brasileirão e mais toda a mídia esportiva, as revelações produzidas pela CPI do Senado não causam nenhuma surpresa.
A máfia das apostas está manipulando o resultado dos jogos. E esta verdadeira falcatrua ocorre também através do condicionamento da arbitragem. Afinal, apenas um lance do jogo pode ser decisivo para um determinado resultado que renderá milhões para os envolvidos nas falcatruas.
A única alternativa é passar a limpo toda esta situação, eliminando esta verdadeira quadrilha montada no futebol ao longo dos tempos. Muitos estão envolvidos, até mesmo jogadores. Realmente estamos no fundo do poço e a posição da seleção nas eliminatórias apenas reflete essa desordem.
Gladimir Chiele
Advogado e Jornalista
ARENA POA X GREMIO FBPA
Terça-feira, 03/09/2024, 19h09min - Foto: DivulgaçãoO Grêmio volta a jogar na Arena após quatro meses e meio. Nada justifica tanto tempo para a retomada dos jogos no estádio senão a incompetência ou o descaso da empresa com o clube e, especialmente, com a torcida. Certamente, deve ser a última atividade a retomar a normalidade (parcial) diante da tragédia que vitimou milhares no nosso Estado. Nada justifica.
Necessário lembrar que em 2018, em meio a realização da copa do mundo, o gramado foi completamente trocado e os jogos retornados em 30 dias. O despreparo da Arena em entender como funcionam a paixão pelo futebol e pelo tricolor definitivamente não pode continuar.
Mais grave ainda eh o retorno de forma precária, com 20% da sua capacidade. Inadmissível. Problemas operacionais não justificam tamanha morosidade.
Dinheiro não foi. O seguro é de 70 milhões. Até o aeroporto com toda tecnologia afetada e a segurança comprometida voltou antes. As questões elétricas jamais podem ser argumento. O estádio tem uma subestação que custou 33 milhões em 2011, justamente para não ter tais problemas.
Enfim, a relação que iniciou conflituosa desde a inauguração precoce em 2012, não apenas continua, mas tem sido ampliada a cada tentativa de melhorar a comodidade do sócio e do torcedor.
A tomada da gestão da Arena deveria ser uma obsessão do Grêmio. Não se pode esperar mais nove anos para tanto, inclusive tendo a possibilidade do contrato ser judicializado pelo descumprimento sucessivo das cláusulas lá expostas, em três contratos com 90 páginas, em sua maioria contrárias aos interesses do Grêmio.
Vamos esmiuçar e relembrar as previsões de tais contratos para que a nação tricolor saiba porque tudo isso está acontecendo. Só que o fato em discussão tem solução, porém se faz necessário o enfrentamento e também um mínimo de conhecimento de causa. Parece que muita gente que opera o imbróglio esta completamente perdido e não sabe para que lado dirigir-se.
É preciso evitar o risco de prolongar esta angústia de ter um estádio administrado por quem entende apenas de obras. O sócio e o torcedor querem de volta a alma castelhana e a sua relação direta com o estádio. Assim como era no velho casarão do Olímpico. É isso é possível sim.
Gladimir Chiele
Advogado e Jornalista
ARENA DO GRÊMIO, ENTENDA A SITUAÇÃO ATUAL
Segunda-feira, 29/07/2024, 07h52min - Foto: DivulgaçãoA celeuma envolvendo a Arena e sua utilização parece não terá fim. Isso porque a relação contratual previa 20 anos para a fruição do direito de superfície por parte da OAS, através das empresas constituídas para administrar tudo aquilo que foi erigido sobre o terreno do Humaitá. Este prazo contaria a partir da inauguração do estádio.
Nestes 12 anos que se passaram, ainda restam inúmeras dúvidas por parte da torcida e, certamente, quanto à própria interpretação do contrato existente. A partir da recuperação judicial da OAS, a realização dos compromissos mútuos entre todas as partes envolvidas no grande projeto Arena, deixou de existir, pelo inadimplemento continuado em relação às obras do entorno, condição assumida pela empreiteira ao montante de R$ 170 milhões em 2014, para a liberação socioambiental do projeto.
Com a ocorrência do imbróglio e a redução significativa do projeto original, com exclusão de prédios e de um shopping de vulto, também reduziram as obrigações impostas no acordo, mas que deveriam ser mantidas pela OAS e sua sucessora no negócio, a empresa Karagounis. Contudo, as negociações não resultaram exitosas, o acordo até hoje não saiu e as obras estão no projeto ainda.
Assim, os três contratos assinados ainda em 2008/2009 deixaram de ser cumpridos pelas partes, em vista dos fatos supervenientes com a OAS e também não aconteceu a chamada troca de chaves (Arena x Olímpico). A área da Arena chegou a ser dada em garantia de empréstimos da empreiteira e, recentemente, indisponibilizada para garantir o pagamento do financiamento para a construção do estádio, por parte da Arena Porto Alegrense.
Desta forma, a Arena continua mandando no prédio, supostamente até 2033, quando encerra o período de 20 anos. Entretanto, se nada for ajustado
até aquela data, nada garante que as duas décadas fixadas no termo inicial sejam efetivamente cumpridas e que o Grêmio tenha a segurança de receber o estádio como acordado, nos termos da Cláusula Quinta – itens 5.4 e 5.5 do contrato.
"A história deverá cobrar as ações que os gremistas de hoje praticarem". A frase foi dita em 2009 e ainda permanece atual e sem solução. Este será um imbróglio jurídico e contratual que somente deverá ser equacionado no Judiciário, caso não tenha um desfecho negociado antes. A discussão será acerca do cumprimento das cláusulas contratuais, quem descumpriu, se a situação da Lava jato seria motivação justificável para tudo que está ocorrendo, e como o prazo de 20 anos, para a gestão da superfície, seria implementado. Então estas dúvidas são procedentes, sim. Por esta razão, sempre brigamos para que houvesse uma solução negociada, evitando as eternas discussões judiciais.
De forma inexplicável, os acordos firmados, inclusive com bancos, que poderiam ser o maior entrave ao processo, simplesmente não foram adiante. Até os valores e prazos estavam ajustados, tanto em 2016, como em 2019. Contudo, a paralisação efetiva de todo processo ocorreu quando a Caixa se negou a realizar, pela empresa karagounis, as obras do entorno, pois eram responsabilidade da OAS e deveriam ser realizadas pela empresa que assumiu os ativos (prédios construídos ao lado da Arena) mas que não aceitou os encargos. Também é importante dizer que não há qualquer esforço das empresas que fazem a gestão da Arena em resolver o problema. Está muito cômodo assim.
Contudo, o Grêmio perde muito dinheiro anualmente com a situação, pois poderia fazer a gestão do estádio, vender pelo menos 30 mil cadeiras para os sócios do clube e ter para seu caixa todo resultado de bilheteria. O Grêmio se torna um gigante do futebol mundial quando isso ocorrer, em condições de rivalizar com os maiores clubes do planeta.
Neste contexto todo, precisamos ressaltar, além dos esforços do Presidente
Romildo Bolzan, a atuação decisiva dos ex-presidentes Fábio Koff e do Patrono Hélio Dourado. A posição deles tinha um único objetivo: defender os interesses do Grêmio. Quando os dois criticaram o contrato, o inconformismo era com o negócio, jamais com o estádio.
Gladimir Chiele
Advogado e Jornalista
Gladimir Chiele Advogado e Jornalista
Conselheiro do Grêmio FBPA.
Twitter: @ChieleGladimir